Vamos falar sobre o presente dos modelos de trabalho
A pandemia fez com que parte significativa das empresas e pessoas vivenciassem pela primeira vez o trabalho remoto, o homeoffice. Com ela entrando em fase controlado em diversos estados e países, o debata acerca dos modelos de trabalho reacende novamente. Afinal, o que é melhor? Remoto, híbrido ou presencial? O que preferem as pessoas?
Uma pesquisa da empresa Slack mostra que pessoas com cargos de chefia tendem a preferir ir mais vezes ao escritório.
44% dos chefes gostariam de voltar a trabalhar todos os dias de forma presencial. Enquanto isso, só 17% dos outros funcionários têm esse desejo.
Quanto ao modelo híbrido, o percentual de funcionários que toparia voltar aos escritórios cresce um pouco, mas ainda os chefes são os que preferem esse modelo: 75% dos chefes querem voltar a trabalhar pelo menos três vezes por semana e 34% dos outros funcionários também topariam.
Para o chefe do relatório, Brian Elliott, é necessário que os líderes fiquem atentas a essa lacuna e ressalta que a visão sobre o escritório é diferente "vista do topo". Ou seja, é preciso se colocar no sapato do outro para compreender melhor os anseios do time. Inclusive, ressalta que as empresas que adotarem maior flexibilidade tendem a atrair e reter mais os talentos.
Mas quais as principais razões de cada preferência nos modelos de trabalho?
No caso dos chefes, eles dizem que preferem um lugar quieto para focar em seu trabalho e querem colaborar com colegas de forma presencial.
Já os outros funcionários dizem que preferem o trabalho remoto principalmente para evitar o deslocamento pela cidade. Como vantagem de ir ao escritório, eles citam que ali é um espaço para se relacionar com os colegas.
Outras razões que podem explicar essa distância entre as respostas está o quanto cada tipo de funcionário tem satisfação com o trabalho, segundo a pesquisa. Os executivos relatam uma satisfação 62% maior do que os funcionários não executivos. Eles também têm mais flexibilidade, senso de pertencimento e sensação de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Como driblar essas diferenças?
- Seja mais flexível: 76% dos entrevistados afirmam que querem flexibilidade em onde eles trabalham, e 93% quer flexibilidade em quando trabalha
- Adote o modelo híbrido: funcionários já têm visto isso como um benefício que deve fazer parte do formato do trabalho, mesmo com algum receio de perder promoções
- Considere trabalhar com equipe sob demanda: a ferramenta mais escalável das organizações exponenciais
- Mais possibilidades de encontrar talentos: com a possibilidade de trabalhar para empresas de estados diferentes — e até países —, as profissões e carreira começam a entrar em um processo de nacionalização e até globalização. A tendência tem feito levado empresas a divulgar vagas e oportunidades profissionais que estão 100% dentro do modelo, inclusive para estágio e trainee.
Mas há também aspectos positivos de voltar ao trabalho presencial
- Por mais que o teletrabalho seja benéfico em muitos aspectos, ele também traz seus problemas. Mesmo que a equipe disponha de inúmeros canais de comunicação interna e ferramentas para organização do grupo, não há garantia de funcionamento pleno para todos o tempo inteiro.
- Além disso, com os profissionais conversando remotamente, é mais provável que ocorram ruídos de comunicação, uma vez que para muitos é mais fácil comunicar projetos e tarefas assertivamente por um contato direto.
- Outro fator a ser levado em consideração é que nem todos dispõem de um espaço de trabalho em suas residências que permita se concentrarem como no escritório. Querendo ou não, há uma mudança na percepção da casa, que normalmente é vista como local reservado unicamente ao descanso, para um local que exige foco. E essa falta de limite entre o âmbito pessoal e profissional torna a produtividade em regime de teletrabalho um desafio constante.
- Ver pessoas, conversar ao vivo, caminhar um pouco ou mesmo respirar ares diferentes são ações simples, mas que podem fazer toda a diferença quando se trata de bem-estar e saúde mental.
Estamos prontos para voltar?
Essa é a pergunta que muitos estão fazendo. Mas, por enquanto, não existe um consenso, principalmente porque cada cidade tem seus índices de contaminação e cada empresa oferece uma infraestrutura para os funcionários. "Mas, de modo geral, podemos dizer que é muito mais seguro voltar ao trabalho presencial hoje do que há seis meses, por exemplo", declara Estêvão Urbano, infectologista e diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). Mesmo assim, é essencial continuar tomando todas as medidas de prevenção: mantenha a distância de 1,5 m entre pessoas, abra as janelas para deixar o local bem arejado, higienize as mãos e as superfícies com álcool em gel ou água e sabão e utilize máscaras.
E você? O que prefere? Qual modelo está trabalhando agora?
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